quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

EXCLUSIVO: “Justiça não é lenta”, diz magistrado

A Primeira entrevista juiz que deu role com carro de empresário

O juiz em grande conduta pelas ruas do Rio de Janeiro

DO BANCO DO CARONA

De posse de sua reputação ilibada e uma Porsche do empresário classe média Leite Fraudista, o juiz sensacional Flácido Bob Mor Horelhãns defendeu-se da acusação de fazer uso indevido do veículo do empresário. “Foi a única forma que encontrei para provar que a Justiça neste país não é lenta”, explica do magistrado. Flácido falou com exclusividade À Primeira Vítima. O juiz convidou a reportagem para dar um role. Confira os principais trechos percorridos da entrevista:

A Primeira Vítima: O senhor foi flagrado utilizado uma Porsche de um réu que o senhor pretende fudê. O que tem a dizer?
Flácio  Bob Mor Horelhãns: Primeiro, queria deixar bem claro que nego veementemente (nesse momento ele dá uma piscadinha pra reportagem) qualquer ilação a respeito da minha conduta ao volante. O que fiz foi um protesto muito do silêncio para mostrar a toda a sociedade brasileira que a Justiça não é lenta. Mas me parece que ninguém conseguiu entender o meu humilde gesto.

APV: Mas isso é legal?
Flácido: Porra, bota legal nisso! Você não tem ideia de quantas minas me olharam quando eu dava um rolezinho. Nossa, eu me senti total, que nem o sujeito daquela música do Paralamas...

APV (o repórter, super atento ao que juiz dizia, faz a correção): a canção a qual o senhor se refere fala de moto e não de carro...
Flácido: É porque ainda eu não mandei apreender as motocas do Fraudista. Aí você vai entender o que quero dizer...

APV: Então o senhor pretende seguir com os protestos?
Flácido: Claro! Todos nós temos de exercer nossa cidadania!! Devemos protestar contra toda essa falta de vergonha na cara desses nossos políticos!!! São tudo uma cambada de safado!!!!

APV: O senhor bebeu?
Flácido: Não, por quê?

APV: Tem uma blitz aí na frente...
Flácido: Meu filho, eu sou juiz. Juiz sensacional. Se esses idiotas me pararem, dou uma carteirada neles.

APV: O senhor fala isso porque está com a habilitação em dia...
Flácido: Habilitação? O que é isso? (o repórter bate com a mão na própria testa e pensa “é pior do que eu imaginava...”)

APV (tentando dar continuidade à entrevista): O senhor foi o primeiro magistrado flagrado utilizando um bem de um réu em processo sob sua responsabilidade.
Flácido: Sem falsa modéstia, o pioneirismo sempre foi uma marca da minha atuação. Vejo isso com naturalidade. Nossa, olha que loira gostosona. Vou dar uma buzinadinha; pira como ela vai pagar um pau (a reportagem reconhece que a loira é muito gostosa e dá mó força pro juizão).

APV: Ih, parece que ela não está olhando pro senhor.
Flácido: Quem mandou você baixar o seu vidro?!? Era pra ela olhar pra mim e não pra você. Mais uma dessa, e te dou voz de prisão!

APV (o clima fica tenso; a reportagem tenta amenizar a situação): Fazendo justiça, o senhor dirige muito bem.
Flácido: Muito obrigado (nova piscadinha).

APV: Levando em conta o seu pioneirismo, o senhor pretende mandar apreender a ex-mulher do Fraudista?

O juizão, já com seu olhar 43, pensando na ex do Fraudista
Flácido: (com cara de surpresa) Rapaz, eu não tinha pensado nisso! Grande ideia!! Assim que chegarmos ao meu gabinete, tomarei as devidas providências. Só que dessa fez eu não vou mandar a Polícia Faz Geral ir lá não. Vou pessoalmente com a Porsche. É como eu disse: a Justiça neste país não é lenta (com grande celeridade, o juiz pega um CD no porta-luvas, coloca no aparelho, pisa fundo, passa em tudo quanto é sinal vermelho em direção ao seu gabinete, cantarolando “Eu sou terrível”, do Rei, claro – para desespero da reportagem colada ao banco do carona).

 
APV: Com vocês, Flácido! Podem aplaudir!!
Flácido (cantarolante):
Eu sou terrível, e é bom parar /

De desse jeito, me provocar /

Você não sabe, de onde eu venho /

O que eu sou, e o que tenho /

Eu sou terrível /

Vou lhe dizer, e ponho mesmo, pra derreter /

Estou com a razão no que digo /

Não tenho medo nem do perigo /

Minha caranga é maquina quente /

Eu sou terrível /

E é bom parar, porque agora, vou decolar /

Não é preciso, nem avião /

Eu vôo mesmo, aqui no chão /

Eu sou terrível /

Vou lhe contar, não vai ser mole, me acompanhar /

Garota que anda do meu lado /

Vai ver que eu ando mesmo apressado /

Minha caranga é maquina quente, eu sou terrível /

Eu sou terrível /

Eu sou terrível, e é bom parar /

De desse jeito, me provocar /

Você não sabe, de onde eu venho /

O que eu sou, e o que tenho /

Eu sou terrível, vou lhe dizer /

E ponho mesmo, pra derreter /

Estou com a razão no que digo /

Não tenho medo nem do perigo /

Minha caranga é máquina quente /

Eu sou terrível... /
 
APV: Agora, sim, o senhor acertou na canção...
Flácido: Eu sou terrível!!!

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