O juiz em grande conduta pelas ruas do Rio de Janeiro |
DO BANCO DO CARONA
De posse de sua reputação ilibada e uma Porsche do
empresário classe média Leite Fraudista, o juiz sensacional Flácido Bob Mor
Horelhãns defendeu-se da acusação de fazer uso indevido do veículo do
empresário. “Foi a única forma que encontrei para provar que a Justiça neste
país não é lenta”, explica do magistrado. Flácido falou com exclusividade À
Primeira Vítima. O juiz convidou a reportagem para dar um role. Confira os
principais trechos percorridos da entrevista:
A Primeira Vítima: O senhor foi flagrado utilizado uma
Porsche de um réu que o senhor pretende fudê. O que tem a dizer?
Flácio Bob Mor
Horelhãns: Primeiro, queria deixar bem claro que nego veementemente (nesse
momento ele dá uma piscadinha pra reportagem) qualquer ilação a respeito da
minha conduta ao volante. O que fiz foi um protesto muito do silêncio para
mostrar a toda a sociedade brasileira que a Justiça não é lenta. Mas me parece
que ninguém conseguiu entender o meu humilde gesto.
APV: Mas isso é legal?
Flácido: Porra, bota legal nisso! Você não tem ideia de
quantas minas me olharam quando eu dava um rolezinho. Nossa, eu me senti total,
que nem o sujeito daquela música do Paralamas...
APV (o repórter, super atento ao que juiz dizia, faz a
correção): a canção a qual o senhor se refere fala de moto e não de carro...
Flácido: É porque ainda eu não mandei apreender as motocas
do Fraudista. Aí você vai entender o que quero dizer...
APV: Então o senhor pretende seguir com os protestos?
Flácido: Claro! Todos nós temos de exercer nossa cidadania!!
Devemos protestar contra toda essa falta de vergonha na cara desses nossos
políticos!!! São tudo uma cambada de safado!!!!
APV: O senhor bebeu?
Flácido: Não, por quê?
APV: Tem uma blitz aí na frente...
Flácido: Meu filho, eu sou juiz. Juiz sensacional. Se esses
idiotas me pararem, dou uma carteirada neles.
APV: O senhor fala isso porque está com a habilitação em
dia...
Flácido: Habilitação? O que é isso? (o repórter bate com a
mão na própria testa e pensa “é pior do que eu imaginava...”)
APV (tentando dar continuidade à entrevista): O senhor foi o
primeiro magistrado flagrado utilizando um bem de um réu em processo sob sua responsabilidade.
Flácido: Sem falsa modéstia, o pioneirismo sempre foi uma
marca da minha atuação. Vejo isso com naturalidade. Nossa, olha que loira
gostosona. Vou dar uma buzinadinha; pira como ela vai pagar um pau (a
reportagem reconhece que a loira é muito gostosa e dá mó força pro juizão).
APV: Ih, parece que ela não está olhando pro senhor.
Flácido: Quem mandou você baixar o seu vidro?!? Era pra ela
olhar pra mim e não pra você. Mais uma dessa, e te dou voz de prisão!
APV (o clima fica tenso; a reportagem tenta amenizar a
situação): Fazendo justiça, o senhor dirige muito bem.
Flácido: Muito obrigado (nova piscadinha).
APV: Levando em conta o seu pioneirismo, o senhor pretende
mandar apreender a ex-mulher do Fraudista?
O juizão, já com seu olhar 43, pensando na ex do Fraudista |
Flácido (cantarolante):
Eu sou terrível, e é bom parar /
De desse jeito, me provocar /
Você não sabe, de onde eu venho /
O que eu sou, e o que tenho /
Eu sou terrível /
Vou lhe dizer, e ponho mesmo, pra derreter /
Estou com a razão no que digo /
Não tenho medo nem do perigo /
Minha caranga é maquina quente /
Eu sou terrível /
E é bom parar, porque agora, vou decolar /
Não é preciso, nem avião /
Eu vôo mesmo, aqui no chão /
Eu sou terrível /
Vou lhe contar, não vai ser mole, me acompanhar /
Garota que anda do meu lado /
Vai ver que eu ando mesmo apressado /
Minha caranga é maquina quente, eu sou terrível /
Eu sou terrível /
Eu sou terrível, e é bom parar /
De desse jeito, me provocar /
Você não sabe, de onde eu venho /
O que eu sou, e o que tenho /
Eu sou terrível, vou lhe dizer /
E ponho mesmo, pra derreter /
Estou com a razão no que digo /
Não tenho medo nem do perigo /
Minha caranga é máquina quente /
Eu sou terrível... /
APV: Agora, sim, o senhor acertou na canção...
Flácido: Eu sou terrível!!!
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