Direto de Brasília (colaborou ministro Palófi)
Segundo Francenaldo Tosta, coordenador da Escola Superior de Caseiros (ESC), MBA em técnicas de bisbilhotagem proporciona maior remuneração
Vista antes como uma profissão exclusiva de caiçaras desocupados, a carreira de caseiro vive seus dias de glória. Entre os atrativos da profissão, que figura no top ten das mais procuradas do vestibular da Vuvest, estão a possibilidade de dormir no próprio local de trabalho, xavecar domésticas, assobiar para donas gostosas, tomar banho de piscina quando os donos da casa não estão e bisbilhotar o cotidiano de patrões corruptos e mulherengos.
O curso surgiu informalmente na década de 40, na cidade de Bertioga, litoral norte de São Paulo, de uma junção entre as carreiras de porteiro, zelador, limpador de piscina, jardineiro, churrasqueiro, encanador, eletricista, administrador e empregada doméstica. A institucionalização, no entanto, ocorreu há pouco tempo, quando vários profissionais da área elaboraram apostilas teóricas e desenvolveram técnicas de ensino da profissão.
“Foi uma luta muito grande para chegarmos até aqui, pois tivemos que aliar as técnicas de profissões consagradas e provar que tínhamos criado algo novo”, diz Francenaldo Tosta, professor doutor e coordenador do curso na Escola Superior de Caseiros (ESC), sediada em Brasília. A capital federal, diga-se de passagem, é o local com mais caseiros registrados em todo o Brasil – 830 mil, todos empregados. Francenaldo explica a grande concentração de profissionais da área na cidade. “A ESC é o único local que oferece MBA em técnicas de bisbilhotagem. Todos os graduados querem especialização nessa área, que tem a melhor remuneração. Sempre dá pra pegar um deputado pelado, fumando charuto na companhia de belas meninas, ou até mesmo um ministro de língua presa com a boca na botija”.
Segundo Francenaldo, a pós-graduação stricto sensu em ciências da jardinagem e técnicas em churrasco também está sendo bastante procurada. “Ao fazer esta especialização, o caseiro consegue ter acesso regular à casa do patrão, podendo colher informações mais privilegiadas a respeito da sua vida. Outro atrativo é que sempre dá pra pegar aqueles restos de churrascos que os figurões mais abastados deixam. Ás vezes, sobram até umas amiguinhas pra gente fazer a festa”, finaliza.
*Nota da Redação: Esta matéria faz parte da série que A Primeira Vítima inaugurou em 14 de janeiro, quando o brilhante e pegador repórter Paco Figueroza relatou o crescimento da profissão de doleiro.
2 comentários:
FAntástico. Só não curti muitcho o rodapé.
AMEEEEI! Hahaha... Sensacional!
E tem outra profissão nova: as cornas de Brasília! Hahahaha...
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