Moradora do Cruspi, de 80 anos, denunciou entrega de dinheiro em fila de refeitório
De local desconhecido (fui pra lá de Kombi, com venda nos olhos)
Uma senhora de 80 anos, que vive no Conjunto Residencial da Uspi (Cruspi) desde sua construção, em 1963, tornou-se uma peça-chave nas investigações sobre o susposto esquema do minimão.
A idosa, cujo nome será mantido no mais absoluto sigilo, filmou integrantes da Guardinha Universitária distribuindo notas de R$ 100 e R$ 50 a representantes do Conselho Unilaterário (CO ou CU, como preferir) nas filas do Canjicão, como é chamado o refeitório central da universidade.
Segundo a anciã, o descaso das autoridades policiais da Uspi com suas freqüentes denúncias foi a principal motivação para realizar mais de cem horas de gravação dos atos delituosos. “Filmei porque aí não tem como negar. Eu ia ao posto da Guardinha e o guardinha falava que a vovó tinha que arranjar outra coisa pra fazer”, declarou, em local desconhecido pela reportagem, à Primeira Vítima.
Nos vídeos entregues diretamente ao reitor Aroldho Delffi, os seguranças aparecem à luz do dia conversando animadamente com representantes do Partido Discente (PD) e do Partido dos Museus e Institutos Especializados (PMI) à espera da abertura do Canjicão. Ao final do encontro, eles simulavam anunciar uma “batida” e pareciam revistar os bolsos da pessoa, quando na verdade aproveitavam para colocar, sem levantar suspeitas, um bolinho de dinheiro.
Para não ser percebida, a astuta senil fez um discreto rombo em uma toalha estendida na janela de seu apartamento para a pequena lente da câmera VHS que ela pediu por empréstimo na Escola de Cooptações Com Arte (ECA).
“Foi o Claudinho que me deixou pegar. Ele só me disse que eu tinha de devolver antes que começassem os TCCs, mas estou com ela há uns seis meses e ninguém chiou”, disse. Como o tripé havia sumido, a delatora tinha de apoiar o aparelho na janela sem que ninguém visse.
Segundo Ricardo Trenna, chefe da Guardinha Universitária, as imagens são claras e incriminam vários guardinhas, que receberão punição administrativa exemplar. Quanto a uma passagem em que surge no vídeo o servidor de biblioteca Giberto Almérico, considerado o operador do minimão, Trenna foi mais cauteloso: “Não há provas concretas. Parece que ele estava só tentando furar a fila”.
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Um comentário:
Fantástico! Hahahaha... :P
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