terça-feira, 23 de agosto de 2005

Zezinho da Babilônia parte para o ataque

“Já botei muito perna-de-pau em time grande”, revela olheiro

Com colaboração de enviados locais

Uma das figuras mais presentes no noticiário atual, o olheiro Zezinho da Babilônia concedeu entrevista exclusiva à repórter Julinha Botelho, de A Primeira Vítima, em que revela o esquema da contratação, pelos clubes grandes, de jogadores limitados ou com idade avançada para favorecer empresários e banqueiros com atuação no futebol.

“Essa história de viajar pelo Brasil para achar garotos em campinhos de terra é coisa do passado. A onda agora é receber comissão de cartola para indicar este ou aquele jogador para as equipes. Já botei muito perna-de-pau em time grande”, afirma Babilônia, com naturalidade.

Segundo o olheiro, muitos jogadores jamais teriam uma oportunidade de aparecer no meio futebolístico e só conseguem devido à sua intermediação: “O Ed Valdo não é zagueiro do São Pedro por acaso. E também teve a Conexão Argentina, que trouxe o Genoino para ser titular no ataque do Porqueiras”.

Zezinho explica que, na maioria das vezes, as negociações envolvem os próprios dirigentes dos clubes, que utilizam os gastos com as contratações como forma de lavagem de dinheiro. “Eles não estão preocupados se o time for mal no campeonato colocando essas bombas pra jogar”, declara.

O olheiro cita duas equipes do Brasileirão que supostamente são escaladas de acordo com as operações fraudulentas: o Brasivelhense e o Atlético Miqueiro. O ex-senador Luiz Esquêmão, presidente do clube do Distrito Federal, teria transformado em dinheiro limpo mais de R$ 5 mil ao adquirir os passes do volante Micareta e dos atacantes Ovéias e Marcelinho Padoca, que já haviam abandonado a carreira e investiam em bandas de pagode.

Babilônia ressalta, porém, que seus maiores lucros ocorreram em um acerto com o publicitário Calvus Vallério e o atual presidente atleticano, Reinaldo Magalhães, que também controla o banco BMG Ariola. Zezinho não revela quanto ganhou no acordo, mas fala em ter recebido uma “quantia milionária” vinda de uma conta conjunta do carequinha cruzeirense e do dirigente do Gallo.

“O Magalhães nem teve pena do que está acontecendo hoje com o clube. Só se preocupou em faturar com o Barques, o Delrei, o Rubens Merdoso e outras velharias que aceitaram ser cúmplices do esquema para continuar enganando no futebol. O Calvus Vallério é que deve estar contente com a desgraça do rival”, conta Babilônia.

Os merdalhões do Atlético Miqueiro teriam sido adquiridos por meio de um empréstimo concedido pelo BMG Ariola a Vallério em uma conta no exterior. A Polícia Faz-Geral começou a investigar o caso, e o Ministério Respeitável Público deverá ouvir os jogadores do Gallo a partir desta semana, com transmissão ao vivo da Rede Blobo e comentários dos promotores durante cada depoimento.

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