sábado, 7 de outubro de 2006

ELEIÇÕES 2006: Filha mata pais em reunião familiar

A ação foi rápida, surpreendendo a todos; presidenciáveis comentam

DA REPORTAGEM LOCAL

O dia 7 de outubro nunca mais será o mesmo para os Smithing, tradicionalíssima família paulistana, que fixou residência no bairro do Morumbi, uma das áreas mais nobres de São Paulo, já no século 15.

Durante o tradicional almoço familiar, a filha casula do casal Peter e Samanth, Jessyka Smithing, matou os pais de orgulho ao mostrar seu boletim escolar. A ação foi rápida. Os pais não puderam conter as lágrimas. A comoção foi geral.

O desempenho escolar de Jessyka, 6, era o centro das preocupações dos Smithings. Em qualquer disciplina, suas notas sempre foram 9,5. Porém esperavam um 10, o que foi alcançado durante a semana numa prova de educação artística cujo tema era “o papel em branco”.

Bem articulada, Jessyka abriu o seu coração à reportagem de A Primeira Vítima e detalhou o feito que levou os Smithings às lágrimas. “Tio, obrigado pelo doce”, disse Jessyka, ao iniciar a conversa. (Trata-se de um dos estratagemas jornalísticos para arrancar uma entrevista.)

“Foi assim: a p’sora [vocábulo teen para professora] falou que ia ter prova surpresa, tipo pegadinha. Fiquei puta. Ops, não bota isso não porque o papai detesta palavrão. Ela distribuiu as folhas com o tema. Como já disse, fiquei muito... irritada. Decidi entregar em branco. Foi um sucesso. Só eu tirei 10.”

Claro, presidenciáveis comentam
O ainda presidente e candidato do PTr (Partido dos Truta), Lulla, afirmou que a violência em São Paulo está pela hora da morte. “Pra resolve, só votando no Mercador.” Nesse momento, um assessor, já de saco cheio, cutucou o presidente, que refez a declaração.

“Ou seja, graças ao Proune [programa federal de incentivo a acadêmicos esclarecidos, não muito, ou que não estão nem aí] a nossa querida Jessyka [o assessor sorri ao ver o presidente acertar o nome da garota] conseguiu emocionar a todos nós.”

Empolgado pela já prevista chegada ao segundo turno, o Gerardo, candidato do PSDBr (Partido dos Somos Demais para o Brasil) também quis falar. Ele ressaltou que o desempenho de Jessyka é resultado dos investimentos em educação realizados durante sua gestão.

“Quero deixar aqui o meu abraço fraterno aos Smithings, que, aliás, são meus vizinhos. A Jessykinha, uma menina linda, estudiosa, trabalhadora, competente, ética, nos emociona mais uma vez. Tenho certeza que daqui a dez anos ela votará Gerardo.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Série fantástica de matérias do Olvídio! Rumo ao Globo Repórter!