sexta-feira, 4 de março de 2011

Confetistas decretam Carnaval de 10 dias

“Ninguém resiste ao desejo", afirma José Barney

Barney, entusiasta do Carnaval de 10 dias

Por Ali Ben Al Terado
DO BAILE DO VERMELHO E PRETO

Os políticos brasileiros, sempre muito preocupados em preservar as tradições culturais de seu país, parecem ter uma criatividade sem fim. Num rompante de genialidade, decretaram o Carnaval de 10 dias. Tanto despudorados como sonadores só deverão retornar ao trabalho no próximo dia 12 de março.

A Primeira Vítima já havia antecipado essa tendência ao tratar do caso da “Serpentina Metálica”, em Baderna do Sul (MG). Na ocasião, o presidente do Sonado, José Barney, do Partido da Mordomia Distributiva Brasileira (PMDiB), admitiu que seus colegas embarcariam em massa para os estados de origem, propagando a eletrizante novidade surgida no pré-carnaval mineiro.

A medida foi recebida com muita serpentina no Confete Nacional, mas infelizmente neste caso não foi usado o mesmo material de Minas Gerais. José Barney aliviou geral, dispensando os sonadores já na quarta, 2 de março.

Mesmo sabendo que os sonadores são como carros alegóricos – que vivem dos penduricalhos – Barney garantiu que não serão descontados os dias parados. "O Carnaval no Brasil é uma tradição. Nunca ninguém resiste a esse desejo de participar", afirmou José Barney.

Contagem regressiva
Nesta quinta, 3 de março, a reportagem contou pouco mais de 10 sonadores presentes ao trabalho, que logo se evadiram, antes mesmo que fosse possível retirar os sapatos e as meias para continuar somando. Ao todo, são 81 sonadores eleitos.

Um pouco diferente, na Câmara, formou-se uma longa fila pela manhã, quando 188 despudorados compareceram para registrar o ponto e logo em seguida partir de malas prontas para a folia. Ali, há 513 despudorados eleitos.

Lideranças
Os Confetistas não precisarão se preocupar com o trânsito das estradas na volta do feriado, pois as sessões da quinta e da sexta-feira após o Carnaval estão reservadas exclusivamente para discursos, e não haverá votação. Quem não puder comparecer para contar suas proezas carnavalescas também não terá um centavo descontado ao final do mês.

O líder do Partido do Trampolim (PTr), Umberto Gosta, passou o dia preocupado em não perder o voo para o Recife, ansioso por curtir um frevo rasgado. Já o líder do governo na Câmara dos Dispudorados, Cânlido Calabrezza (PTr-SP), alegou estafa como justificativa para o recesso de 10 dias.

“Em nenhum parlamento do mundo há trabalho em feriado. Acabamos de votar umas medidas provisórias, o pessoal está merecendo umas Brahmas”, decretou Calabrezza.

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