Confira agora o que de melhor aconteceu no primeiro debate entre presidenciáveis promovido por um blog, ou melhor, pelo maior e mais importante portal de notícias do Brasil, do mundo e de Santo André e região - A Primeira Vítima.
O evento, com transmissão ao vivo pela rede A Primeira Vítima de rádio e TV (somente para assinantes), bateu todos os recordes de audiência no Brasil, no mundo e em Santo André e região.
O encontro teve lugar no complexo Horelhão, com capacidade para dois milhões de convidados, em um dos nossos estúdios avançados, sob mediação do maior jornalista do Brasil, do mundo e de Santo André e região, Olvídio Mor Horelhãns.
A organização do programa produziu um belo cenário. Os sete candidatos estão distribuídos em seus respectivos púlpitos. O mais alto deles, claro, foi desenhado especialmente para Horelhãns, que está impecável num bermudão azul, chinelo e camiseta do Verdão, em franca recuperação, diga-se.
A vedete da noite recebe toda a atenção da mídia: “A Jaula da Destruição”. Trata-se da mais nova contribuição para os já ultrapassados formatos dos debates. “É um dos momentos mais emocionantes de minha vida”, sussurra o mediador.
O debate inicia-se com aquelas tradicionais musiquinhas para essa ocasião. Um saco, por sinal.
– Bem amigos de A Primeira Vítima, vai começar o maior espetáculo da Terra. (Horelhãns faz uma careta, põe a mão na orelha, onde está o ponto, e recebe o seguinte recado do diretor do programa: “Menos, menos”. O jornalista educadamente faz um sinal obsceno para a câmara, arranca o ponto e o arremessa longe.)
– As Organizações A Primeira Vítima abre sua série de debates inovadores. Esperamos assim estar contribuindo com a democracia nacional. O formato foi pensado para proporcionar ao eleitor a chance de conhecer melhor o seu candidato.
(A câmera percorre os postulantes. Lulla esfrega as mãos, checando se as unhas estão bem feitas. Aidemin arregaça as mangas, em claro gesto de um trabalhador incansável. Eloiza Elena levanta o dedo em riste. Cristóvan sorri tal qual um estudante em seu primeiro dia de aula. Eimael manda um “V” de vitória. Ruy Original Pimenta recolhe o sorriso e faz cara de durão. E Luciano Bilhar penteia delicadamente suas madeixas.)
– No primeiro bloco, os candidatos expõem uma síntese de suas principais propostas. No segundo, há a pergunta dos jornalistas da casa. O terceiro é o mais esperado: “A Jaula da Destruição”, onde vale desde dedo no olho a granada de mão (Horelhãns não esconde o sorriso). E no derradeiro, as considerações finais.
– Pelo sorteio, o primeiro a falar é o candidato Lulla (Horelhãns aponta para ele).
– Boa noite, meus amigos, minhas amigas. Veja bem, ou seja, estou convencido de que... (o mediador interrompe)
– Tempo esgotado, candidato. (prossegue Horelhãns)
– O segundo é o Gerardo.
– Gostaria de começar parabenizando a direção de jornalismo de A Primeira Vítima... (nova interrupção)
– Seu tempo acabou, candidato.
– A próxima a falar é... (Horelhãns é interrompido)
– Sou eu mesma (Eloiza). Quero dizê que o capitalismo... (outra interrupção)
– Tempo esgotado!!, brada Horelhãns sorrindo de orelha a orelha.
– Por favor, senhor Critóvan.
– Educação, educação, educação... (o candidato tenta difundir sua plataforma; há nova interrupção)
– Ok, candidato, acabou o tempo.
– Eimael, por gentileza.
– Sou um democrata-cristã... (é interrompido)
– Chega! Isso a gente já sabe. (Horelhãns põe a mão na testa) Tempo esgotado.
– Senhor Pimenta, tenha a bondade.
– Vim aqui para demonstrar a farsa que é... (o microfone é cortado)
– Fim do seu tempo.
– Senhor Luciano Bilhar é a sua vez. (ele deixa cair o pente, agacha para pegá-lo, e ao retomar a posição ouve: tempo esgotado)
Câmara em close em Horelhãns: – Encerramos assim o primeiro bloco. Reforçamos nossa convicção de ter contribuído com o eleitor para formar a sua própria opinião sobre cada postulante à Presidência. O mediador chama os comerciais.
(Nos estúdios há um corre-corre entre assessores dos candidatos. Todos passando dicas para os próximos blocos e fornecendo a cada um deles os resultados dos respectivos desempenhos na primeira etapa.)
Comercial: O debate entre presidenciáveis é um oferecimento de anticancerígeno OMH, único com resultados comprovados internacionalmente. “Ao persistirem os sintomas, com certeza, você vai morrer!”.
Volta para o seguindo bloco, com aquela musiquinha insuportável de debates.
– Agora há a participação dos jornalistas de A Primeira Vítima.
Paco Figueroza: – Tendo em vista a globalização, o Pacto de Varsóvia e as promoções realizadas pelo Playcentro (tradicional parquinhos de diversão paulistano), quais são suas propostas para a política econômica do Banco Central, tendo em vista as promoções realizadas pelo Playcentro, o Pacto de Varsóvia e a globalização?
Julinha Botelho: – Ainda dentro do tema economia, gostaria de saber a opinião de cada um dos candidatos sobre as queimas de estoque e promoções nos principais shoppings desse meu Brasil varonil?
Oscar Alho (sempre sexualmente fálico): – Como as coligações político-partidárias podem ser feitas sem a devida proteção?
John Renner: – Como conter o aumento exorbitante da paçoquinha?
(Os candidatos foram pegos de surpresa com a qualidade das perguntas e tiveram receio em respondê-las. Eles se entreolharam e ficaram mudos. Horelhãns se viu obrigado a chamar os comerciais novamente. Começa o terceiro bloco.)
Horelhãns, em expressão beirando a insanidade, grita:
– Vamos ao que interessa: porrada!!!!! “A Jaula da Destruição”!!!!!!
– Pelo sorteio, a primeira a adentrar no recinto é a Eloíza. A candidata pode escolher o seu opositor.
Ela não tem dúvidas: – Manda aquele barbudinho ali. (a câmera corta para o Ruy Original Pimenta, que gela.) Eloíza esbraveja: é o outro!!!! Lulla faz gesto do tipo “é comigo?”. Horelhãns sorri e diz: – Claro!!! (nova explosão de alegria na platéia)
Os dois estão dentro da “Jaula”. Eloíza parte pra cima de Lulla, que corre em círculos. O Gerardo começa a rir e é intimado a adentrar. Um assessor sinaliza que sim. Ele faz o sinal da cruz e vai. Critóvan acompanha o Gerardo. Ambos entram abraçadinhos. (Novo delírio na torcida.)
(Os candidatos “nanicos” vêem na “Jaula” única oportunidade de firmarem posição com o eleitorado. Todos correm para dentro do ringue. O pau come solto. Horelhãns começa a lagrimejar. A audiência bate no teto!!!)
(Os assessores começam a se socar em solidariedade aos seus patrões. A pancadaria é generalizada. A torcida na cabe em si. Horelhãns cumprimenta a organização com entusiasmo. O sucesso é total. Em cinco minutos, os corpos estão no chão. Ninguém se movimenta. O silêncio é quebrado quando o mediador chama os comerciais.)
Ao voltar para o último bloco, a câmera está no eufórico Horelhãns, que diz:
– Por questões técnicas e humanitárias não vamos realizar o bloco final, em que os candidatos sobreviventes fariam as suas considerações finais. Agradecemos a sua audiência. Esperamos ter contribuído de forma decisiva para o fortalecimento da democracia neste país. Um boa noite a todos.
Termina o evento com aquela musiquinha irritante e com as câmeras detalhando o que sobrou de cada um dos candidatos. A audiência é recorde!!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
jornalismo isento, equilibrado, ético e com entretenimento é isso aí!
Meio forçado... Mas adorei a pergunta do Paco. Bem pensado!
IMPAGÁVEL, FANTÁSTICO!!! UM DOS MELHORES TEXTOS JÁ ESCRITOS NESTE BLOG!!!!!!!!!!!!!!!!!
OCES AQUERDITAM EM PESQUISA ELEITORAR DO TAL DO GÁLOPE????
Postar um comentário